BIOGRAFIA DOS UFÓLOGOS BRASILEIROS

domingo, abril 09, 2006


CLÁUDIO TSUYOSHI SUENAGA

É paulista, nissei e entusiasta pesquisador, seja de fenômenos inusitados (Exobiologia) ou da Ufologia propriamente dita. Suenaga é formado mestre em História pela Faculdade de Ciências e Letras da Universidade Estadual Paulista (Unesp), é consultor das revistas “UFO” e “Sexto Sentido”, ambas de circulação nacional.
Suenaga apresentou com sucesso sua tese De Mito a Realidade Histórica – Um Estudo sobre o Fenômeno dos Ovnis. Como pesquisador, teve a oportunidade de realizar importantes pesquisas de campo, com destaque para reportagem em Sertãozinho/SP, onde há algumas décadas o fazendeiro João Prestes foi vitimado por ‘queimaduras estranhas’ causadas por um pequeno e inexplicável objeto luminoso que adentrou sua residência. O incidente causou sua morte dentro de poucas horas. Esta e outras pesquisas de Cláudio Suenaga vêm resgatar fatos que a princípio, passaram-se desapercebidos perante o olhar de todos. Parecendo ter por método a maneira de tratar as questões abordadas com um clínico olhar histórico muitos de seus reconhecidos trabalhos já foram publicados pela revista “UFO” ao longo dos últimos anos. Todo deste material se tornou um grande legado para a pesquisa científica dos objetos voadores não identificados no Brasil e em vários países do mundo.
Em maio de 1997, Suenaga foi destaque no jornal Folha de S. Paulo, na ocasião, teceu comentário sobre documentos encontrados, naquela época, os quais comprovavam a investigação por parte da polícia política brasileira acerca de trabalhos de pesquisas desenvolvidos por ufólogos no país. Sobre isso disse à reportagem da Folha: “Já havia ouvido, em reuniões de ufólogos, que muitos tinham sido investigados pela ditadura. Mas podia ser mais uma paranóia de ufólogo”. Os documentos encontrados provaram que não era paranóia: os ufólogos brasileiros tinham, realmente, seus trabalhos acompanhados de perto pelo serviço de inteligência da ditadura.
Ainda em 1997 Suenaga foi entrevistado pelo Jornal Paulista, que destacou sua tese sobre ovnis. Em abril de 1999 Cláudio Suenaga foi destaque no jornal Voz da Terra, de Assis/SP, novamente abordando sua nova tese: A Dialética do Real e do Imaginário: Uma proposta do Fenômeno Ovni. Na ocasião, Suenaga afirmou sobre a conclusão de seu novo trabalho: “...em vários momentos tentaram impedir a continuidade do projeto, fosse através da restrição ao acesso a certos arquivos e documentos ou através de golpes desferidos contra um planejamento”.
A partir do ano 2000 Cláudio Tsuyoshi Suenaga se torna colaborador periódico de Via Fanzine, trazendo trabalhos inéditos e exclusivos aos nossos leitores, seja através de suas enigmáticas séries especializadas ou de seus ricos trabalhos de natureza diversa. Apesar de não conhecer Itaúna pessoalmente, Suenaga tem profundo carinho pela cidade, com a qual colabora de alguma forma, através de seu substancioso trabalho lido por vários itaunenses há quatro anos.
Com uma farta cultura, aguçado grau de curiosidade e intrépido raciocínio, o jovem Cláudio Suenaga é daqueles talentos natos que, cientificamente, tem o costume de transportar colocações e conclusões – tal como um camaleão – do imaginário para a realidade, em questão de segundos. Seu denotado trabalho de pesquisa procura, em síntese, propor novas situações às diversas questões pendentes em estudo – dentro e fora - da ufologia científica tradicional.
Apesar de ser conhecido nacionalmente como ufólogo, a participação de Cláudio Suenaga em nosso jornal comprova que, como autor ele vai bem mais além do que um simples pesquisador que estuda os discos voadores e os seres alienígenas. Isso poderá ser comprovado nesta pequena fração aqui compilada de seu trabalho, para o deleite dos curiosos e apreço de sérios pesquisadores de todo o mundo
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Canais de Marte – agora comprovados como leitos secos de imensos rios
que existiram no passado daquele planeta. Mars Observer/Arquivo Via Fanzine.
NOSSO VIZINHO - Os antigos romanos associaram o planeta a Marte, deus da guerra, filho de Júpiter e Juno, justamente por causa de sua cor avermelhada. Os israelitas o chamavam “abrasado”. Os índios, de Angaraka e Lohintaga, que significam “carvão ardente” e “corpo vermelho”. A cultura popular e parte da comunidade científica dos séculos XIX e XX atribuíram a Marte formas de vida primitiva e até civilizações tecnológicas superdesenvolvidas.
O semiólogo francês Roland Barthes (1915-1980) incluiu em Mitologias – reunião de textos escritos entre 1954 e 1956 dedicados a desconstrução dos mitos contemporâneos – uma análise acerca dos “marcianos”: “O mistério dos discos voadores começou por ser bem terrestre; supunha-se que os discos voadores vinham do desconhecido soviético, desse mundo tão privado de intenções claras quanto qualquer outro planeta. Essa forma do mito continha já, em germe, o seu desenvolvimento planetário; se o disco se transformou tão facilmente, de engenho soviético em engenho marciano, foi porque, de fato, a mitologia ocidental atribui ao mundo comunista a própria alteridade de um planeta: a URSS é um mundo intermediário entre a Terra e Marte. Simplesmente, o maravilhoso, no seu devir, mudou de sentido; passou-se do mito do combate ao do julgamento. Com efeito, até nova ordem, Marte é imparcial: os marcianos vêm a Terra para julgá-la; mas antes de condenar, quer observar e ouvir. A grande contestação URSS-EUA é assim considerada doravante como um estado culpável, porque não existe aqui medida comum entre o perigo e os direitos recíprocos: daí, o apelo místico a um olhar celeste suficientemente potente para intimidar as duas facções. Os analistas do futuro poderão explicar os elementos figurativos deste poder, os temas oníricos que o compõem: a redondeza do engenho, o caráter liso e unido do metal que o constitui: o estado superlativo do mundo que seria uma matéria sem costuras; ao contrário, entendemos melhor tudo o que, no nosso campo perceptivo, participa do tema do mal; os ângulos, os planos irregulares, o barulho, o descontínuo das superfícies. Tudo isso já foi apontado minuciosamente nos romances de antecipação, em cujas descrições se inspira literalmente a psicose marciana.
LIGAÇÕES HISTÓRICAS - O fato de Marte ser implicitamente dotado de um determinismo histórico calcado sobre a Terra é o que há de mais significativo. Se os discos voadores são veículos de geógrafos marcianos que vêm observar a configuração da Terra – conforme declarou em alto e bom som não sei que cientista americano, e como sem dúvida muitos ainda pensam, é que a história de Marte se desenvolveu ao mesmo ritmo da história do nosso mundo, e produziu geógrafos no mesmo século em que descobrimos a geografia e a fotografia aérea. O único avanço sobre nós é o próprio veículo, de forma que Marte é assim apenas uma Terra sonhada, dotada de asas perfeitas como em todos os sonhos de idealização. Provavelmente, se um dia desembarcássemos em Marte tal como o construímos, não encontraríamos senão a própria Terra, e perante esses dois produtos de uma mesma história não saberíamos reconhecer o nosso. Pois, para que Marte tenha alcançado o saber geográfico, é preciso que tenha tido também o seu Estrabão, o seu Michelet, o seu Vidal de la Blache e, por conseguinte, também, as mesmas nações, as mesmas guerras, os mesmos cientistas e os mesmos homens que nós. A lógica obriga-a a possuir também as mesmas religiões e, singularmente, é claro, a nossa: a religião do povo francês. Os marcianos - declarou O Progreso de Lyon - tiveram necessariamente um Cristo; portanto, têm certamente também um papa (eis aberto, aliás, um cisma): sem o qual não se poderiam ter civilizado a ponto de inventarem a nave interplanetária. Assim, para esse jornal, já que a religião e o progresso técnico são igualmente bens preciosos da civilização, não se pode conceber um sem o outro. É inconcebível, lê-se nesse jornal, que seres, com tal grau de civilização, que podem vir até nós pelos seus próprios meios, sejam ‘pagãos’. Devem ser deístas reconhecendo a existência de um Deus e tendo a sua própria religião. Assim, toda essa psicose é baseada no mito do idêntico, ou seja, do sósia. Mas aqui, como sempre, o sósia vai à frente, o sósia é o juiz. O confronto Leste-Oeste já não é o puro combate entre o bem e o mal, é uma espécie de briga maniqueísta que se desenrola sob um terceiro olhar; postula a existência de uma sobre-natureza no céu, porque é no céu que está o terror: o céu passou a ser assim, sem metáfora, o campo de aparição da morte atômica. O juiz nasce no mesmo lugar em que o carrasco ameaça. Ademais, esse juiz – ou antes esse vigia – vemo-lo, cuidadosamente reinvestido pela espiritualidade comum, diferir bem pouco de uma pura projeção terrestre. Esta incapacidade de imaginar o outro é um dos traços constantes de toda a mitologia pequeno-burguesa. A alteridade é o conceito mais desagradável ao ‘bom senso’. Todo o mito tende fatalmente para um antropomorfismo estreito e, o que é pior, para um antropomorfismo de classe. Marte não é apenas a Terra, é a Terra pequeno-burguesa, é o pequeno domínio de mentalidade cultivado (ou expresso) pela imprensa ilustrada. Marte foi assim alinhado pela mais forte das apropriações, a da identidade”[1].
OBSERVANDO MARTE - As primeiras dezoito fotografias do relevo marciano foram obtidas em julho de 1965 pela sonda Mariner 4, seguida pelas Mariner 6 (1967), Mariner 7 (1967), Mariner 9 (1971), Viking 1 (1976) e Viking 2 (1976), todas norte-americanas, e Mars 5 (1973), soviética. Os dados coletados não forneceram nenhum indício de vida inteligente.
Contudo, pesquisadores independentes pretenderam ver em uma das fotos enviadas pela Viking a escultura de um gigantesco rosto humano de 1,5 km de comprimento por 600 m de largura próxima a quatro pirâmides alinhadas em espantosa simetria. Os cientistas descartaram qualquer ação inteligente, explicando a singular imagem como um acaso resultante da geomorfologia do planeta ou da combinação de luz e sombras. Convencidos de que a NASA acobertava provas da existência de civilizações extraterrenas, os ufólogos prosseguiram examinando as mais de cinqüenta e cinco mil fotos das Vikings.
Na década de 1980, o norte-americano Raymond Boisvert e o austríaco Walter Hain discerniram outras estranhas configurações, ressuscitando o interesse do público. Em 1985, trinta cientistas da Universidade da Califórnia ousaram discordar.